Projecto vencedor do 1º Prémio no Concurso Regional do Poliempreende 2013
Roteiro Nacional de Cavacas Doces
As cavacas são doces regionais que se encontram nas várias regiões de Portugal e, embora com formas e sabores diferentes, a designação mantém-se em todas as receitas.
Cavacas de Vila da Ponte
Estas Cavacas fazem parte da doçaria conventual do "Triângulo dos Conventos da Ribeira, Freixinho e Tabosa", do município de Sernancelhe.
História:
A sua confeção e distribuição pertencem à Dª Maria Clara Aguiar, neta da Dª da Encarnação Soares do Carregal. Esta, durante a sua juventude, foi educada no Convento de Freixinho, de forma a ser uma boa profissional das atividades caseiras, incluindo a confeção culinária nessa instituição e era nesse convento que se fabricavam as conhecidas cavacas de Freixinho. O segredo da receita não era revelado pelas Freiras do Convento, no entanto a Dª Encarnação que colaborava diretamente com as Freiras na confeção das cavacas, adquiriu a estratégia e o segredo do fabrico da especialidade. Mais tarde, após a implantação da República em Portugal, as Freiras foram expulsas do Convento e a Dª da Encarnação iniciou então o fabrico próprio com a irmã Dª Dores Soares, desta especialidade de doçaria, obedecendo a todos os critérios da confeção do segredo das Freiras. A receita e o modo especial de fabrico foram transmitidos às filhas e netas. Uma das netas, a Dª Maria Clara Aguiar, possuidora de um talento especial, e conhecedora de toda a arte do fabrico das cavacas, deu continuidade na Vila da Ponte (aldeia onde nasceu e é residente) à elaboração e confeção desta tão deliciosa especialidade: “as verdadeiras cavacas de Freixinho”, agora divulgadas e fabricadas na Vila da Ponte. A receita no entanto, não se encontra disponível.
Cavacas de Vinhós
Cavacas tradicionais da freguesia de Vinhós do concelho do Peso da Régua.
História:
Não existe nenhuma história ou lenda associada às Cavacas de Vinhós.
Ingredientes:
• 12 ovos
• 2,5 dl de azeite
• dois cálices de aguardente
• 250 gr. de farinha
• manteiga q.b.
• calda de açúcar q.b.
Confeção:
Bata 12 ovos, 2,5 dl de azeite, dois cálices de aguardente e 250 gramas de farinha. Unte pequenas tigelas de barro com muita manteiga e deite a massa dentro. Leve ao forno a cozer, depois de esfriarem passe-as por uma calda com açúcar em ponto de espadana alto.
História:
Estas Cavacas nasceram no Convento de Santa Clara de Pinhel, que, criadas há centenas de anos, ainda hoje são uma delícia a apreciar.
Foram “cantadas” pelos os poetas e músicos nas suas composições, e em 1939, constituíram um "Quadro de Revista" ainda hoje relembrado.
Cavacas de Pinhel
As Cavacas de Pinhel podem ser encontradas no concelho de Pinhel do distrito da Guarda.
Ingredientes:
• 500 gr de farinha de trigo
• 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
• 1 colher de chá de sal
• 10 ovos inteiros
• 8 gemas
• ½ L de leite
• 1 cálice de aguardente bagaceira
• Raspa de 1 limão
Confeção:
Peneire a farinha com o bicarbonato de sal para um alguidar. Faça uma cova no meio e deite dois ovos inteiros, as gemas, o azeite, a aguardente e a raspa de limão. Bata todos os ingredientes à mão durante uma hora ou com batedeira elétrica durante 20 minutos. Junte os restantes ovos inteiros, batendo sempre. Deixe a massa repousar durante uma hora e deite-a depois às colheradas em tabuleiros untados de azeite e polvilhados com farinha. Disponha as colheradas com alguma distância entre elas, visto que a massa irá aumentar.
Leve as cavacas ao forno a 220º/250º. Depois de arrefecerem devem ser cobertas com as claras batidas com açúcar.
Antigamente, as cavacas secavam ao sol em caruma. Hoje em dia a secagem faz-se no forno, com temperatura inferior a 50º.
Cavacas de Reguengos do Fétal
As Cavacas de Reguengos do Fétal podem ser encontradas na freguesia com o mesmo nome pertencente ao concelho da Batalha.
História:
Nas festas de Nossa Senhora dos Remédios, na aldeia do Castelo, era tradição realizar-se, depois da missa, uma procissão que percorria as ruas principais da povoação, com os andores das imagens da padroeira e outros santos, e o cortejo que incorporava toda a população. Estas festas religiosas, terminavam com o leilão das fogaças cujo produto reverteria a favor de melhoramentos no património paroquial.
As fogaças eram grandes tabuleiros de madeira, forrados com toalhas de renda ou papel de seda recortado e levavam pão, enchidos, frutas e cavacas. As Cavacas, comuns em todo o concelho de Mação, eram feitas pelas famílias nas semanas anteriores às festas, e postos a secar ao sol em tabuleiros forrados com a caruma dos pinheiros. Estas eram feitas com aparência celestial, semelhantes a “nuvens” pela leveza, forma e cobertura branca do açúcar, “a Nossa Senhora”, e têm vindo a desaparecer, encontrando-se sobretudo à venda na vila.
Sobre a origem deste bolo não há registos seguros mas a tradição conta que é muito antiga.
Ingredientes:
Massa:
• 12 ovos (5 inteiros + 7 gemas)
• 1 kg de farinha de trigo (nunca empacotado)
• 2 dl de azeite fino
• Sal q.b.
Cobertura:
• ovos ( 7 claras )
• 1 kg de açúcar
• 1 limão.
Confeção:
Massa:
Parta os ovos para um alguidar guardando 7 claras para a cobertura.
Junte o azeite, umas pedras de sal e um pouco de farinha e bata tudo muito bem juntando aos poucos a farinha.
Depois da massa bem batida, prepare uma mesa ou pedra pondo uma boa camada de farinha de trigo sobre a qual irá dispor a massa até ficar com cerca de 2 cm de espessura. Corte às tiras e estas aos quartos que se estendem um pouco e se dispõem em latas polvilhadas de farinha.
Leve a cozer em forno bem quente.
Depois das cavacas cozidas escove-as de um lado e do outro.
Cobertura:
Num alguidar coloque o açúcar, as claras, a casca de limão e um pouco de sumo do mesmo. Bate-se bem batido (em castelo) até que fique um creme não muito líquido nem muito espesso de modo a que ao cobrir a cavaca não deslize e caia.
Cubra as cavacas com este creme e vá dispondo em latas e em tabuleiros levando a secar no forno, de forma a aproveitar o calor da cozedura das mesmas.
Cubra-as primeiramente de um lado e leve a secar, e posteriormente do outro e leve também a secar.
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